quarta-feira, 6 de junho de 2012

A Violência




A violência ocupa os meios de comunicação e constitui-se em uma preocupação permanente da sociedade, expressa em diferentes movimentos locais,nacionais e internacionais com a participação de organizações não-governamentais. Analisando-se o processo histórico da formação da sociedade moderna, constata-se que a violência fez parte, e ainda faz,dos processos políticos, econômicos, sociais e culturais dessa sociedade. Primeiro na Europa, a partir do século XIII, com a formação do território do Rei, instituinte da sociedade moderna, através da construção do Estado, originou-se a raiz dessa intrínseca modalidade de violência. Nesse processo, o local e o regional foram secundarizados em favor da formação do território nacional, construindo-se a chamada cultura da nacionalidade, que legitimou o Estado-Nação e sua classe hegemônica em detrimento de cada lugar e de cada região. O universalismo estava, e ainda está, presente. Primeiro, pela concepção religiosa cristã, e, posteriormente, pela razão operatória e instrumental, constituinte da ciência moderna, que produziu o iluminismo. Na expansão europeia que originou o Novo Mundo, a violência se fez presente, legitimada pela concepção religiosa cristã e, mais tarde, pelo iluminismo. Em nome do cristianismo e do racionalismo praticaram-se verdadeiros genocídios sobre a variedade dos grupos humanos e sobre a pluralidade das culturas. De todas as violências, simbólicas e materiais, possivelmente a mais profunda, porque perene, é a transformação do Outro no Eu, a heterogeneidade na homogeneidade, o não acesso das culturas dos diferentes grupos humanos à dinâmica da sociedade moderna. O Estado, instituido a partir do território do Rei, construiu a cultura hegemônica que o legitimou. Nos dias de hoje vivenciamos uma dinâmica semelhante, porém em outra escala. Se na formação histórica da modernidade desconstruiu-se o local e o regional em nome de um novo lugar, o território nacional, na contemporaneidade estamos planetarizando o território do Rei em nome de um poder político e ideológico centrado no Mercado, um não-lugar. Com isso, a inclusão social não é mais a formação do individuo cidadão, incluido na cultura nacional e, sim, o individuo consumidor, participante desse não-lugar, o Mercado. A violência, de toda ordem, aprofunda-se nesse contexto, porque à violência da exclusão das culturas dos grupos humanos ao acesso à sociedade nacional, superpõe-se a redução do individuo ao Mercado, o mesmo ocorrendo com os diferentes estados e sociedades nacionais. Combater a violência significa: -considerar o local, o regional e suas múltiplas temporalidades; -levar em conta a diversidade de grupos humanos e a pluralidade de suas culturas; -pensar e agir na diferença, vivenciando os contextos e convivendo com o diferente na diferença; -desconstruir a lógica da acumulação do capital, a exploração da mais-valia, seja obreira ou intelectual; -planetarizar o território como uma rede complexa de lugares, culturas e grupos humanos; -exigir uma nova educação, onde as novas gerações aprendam a vivenciar diferentes contextos e a conviver com múltiplas subjetividades. Em síntese, nos parâmetros da modernidade e nos dias atuais, a violência é um traço intrinseco. Para uma dinâmica social centrada na paz, precisamos inventar uma outra sociedade. - Nome: Larissa n°15 7°a

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